Navegar é preciso. É assim que escreve a saga dos povos ribeirinhos do pays das amazonas. Aqui, nesta imensidão de terra, um produtor cultural irado convocar os ancestrais, mais exatamente Oswlad de Andrade, para invocar a tropicália e ensinar como ela reverbera na América Latina.
Assim é este CINEMA DE GLAUBER FALADO DE NOVO sob o paradigma do Navegando na Vanguarda, um programa aberto por concertos de diversos ritmos (por que não dizer tropicalistas?), bandas de blues, de reggae, de hip-hop, gritos poéticos que cheguei a dar a partir das falas de Glauber, e, claro, projeções cinematográficas, cuja curadoria privilegiou tanto a obra artística do gênio homenageado quanto de outros realizadores como Sílvio Back e Erick Rocha, que também contaram com generosidade um pouco da saga glauberiana.
Movido pos este e outros motivos, este home, que, mais que produtor, é cantor, mais que cantor, compositor, mais que compositor, poeta, organizou o CINEMA DE GLAUBER FALADO DE NOVO, uma cena histórica que tem a marca de vanguarda, sem trocadilhos, da VANGUARDA, jornal-revista projeto que também é ponto de mídia livre.
Com apoio do governo do Amapá e algumas instituições e muitas gentes que têm coração no,lugar onde ele deve ficar – a alma, esse cara (Aroldo Pedrosa) desafia a Região e mostra para o Brasil que tem vida inteligente nos trópicos, aqui aonde a linha do equador risca uma imaginária utopia: é possível, sim, produzir conhecimentos, partilhá-los, com solidariedade, diversidade e liberdade.
Esta noite, dia 25 de agosto, vai rolar BARRAVENTO, seguido dos meus comentários em diálogo tipicamente cineclubista com a galera bem disposta a digerir alguma coisa além do que estes enlatados que a subcultura americana nos impõe.
Amanhã, dia 26 de agosto, à marteladas, partirei ainda mais os cérebros que ainda resistirem da batalha que haveremos de travar logo após a exibição de BARRAVENTO.
Sob o tema dialético GLAUBER E NIETZSCHE, POETAS DA SÍNTESE, tentarei fazer um percursos que poucos conseguem superar e atravessar uma ponte que transporta o pensamento destes dois poetas-filósofos.
O essencial disso tudo é que me sinto orgulhos de ser um cidadão amazônida e poder estar no Amapá a dialogar sobre Glauber Rocha e partilhar estas experiências que afirmam a diferença numa sociedade tão diversa, mas que é ainda obediente ás burocracias e normas institucionais e estéticas, pelo que, GRITAR GLAUBER em Macapá, Amapá, é, sem sombra de dúvida, uma ação paradigmática de natureza revolucionária – típica daqueles que acreditam no cinema e na arte como uma instrumento de (trans)formação da consciência e da existência humana.
Macapá, Amapá, 14:35H
25 de agosto de 2011
Carpinteiro de poesia e de cinema
FRANCISCO WEYL
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